
O tumor cerebral causa medo em muitas pessoas e por um bom motivo. Apesar da alta taxa de mortalidade, se diagnosticado correta e precocemente, existem chances bem positivas para o paciente acometido dessa doença. O Dr. Rogerio Clemente, neurocirurgião da clínica Neuropar, explica mais sobre o assunto na entrevista a seguir.
O que é o tumor cerebral?
Dr. Rogerio: O tumor cerebral é um tumor que se alojou no cérebro. Ele pode ser de dois tipos: primário, originado no próprio cérebro, ou secundário, derivado de metástase de outros tumores e que se alojou no cérebro.
Quais são os sintomas?
Dr. Rogerio: Os sintomas variam dependendo da localização do tumor no cérebro. Como nosso cérebro tem várias regiões, os sintomas vão ser decorrentes da área em que o tumor estiver, por exemplo, área motora, da fala, da memória etc.
No entanto, existem alguns sintomas gerais que englobam todas as áreas, como cefaleia, crises convulsivas e alterações no comportamento.
Como é feito o diagnóstico?
Dr. Rogerio: O diagnóstico da doença depende da história do paciente, do exame físico e complementares, tais como a ressonância magnética do crânio.
Qual o tratamento para o tumor cerebral?
Dr. Rogerio: Primeiro é necessária a confirmação do diagnóstico da histologia do tumor, que vai determinar qual o tipo de tumor que o paciente apresenta. Isso pode ser conseguido com uma simples biopsia ou já com a cirurgia que retira o tumor. Tendo o nome da classificação do tumor pela histologia se abre o leque de opções de tratamento. Se for benigno, apenas a cirurgia de remoção vai resolver. Se for um câncer maligno, as opções incluem a radioterapia, quimioterapia e radiocirurgia.
Qual o tipo mais comum de tumor?
Dr. Rogerio: O tipo mais comum dos tumores primários são os gliomas. Existem vários tipos de gliomas, desde os mais agressivos até os menos. Há gliomas em que só é feita a observação, sem cirurgia de retirada, apenas com o acompanhamento por meio de exames para avaliar se o tumor está estável.
Nos casos mais agressivos é necessário fazer vários tratamentos e ainda sim existe a chance de o paciente evoluir mal.
A medicina tem avançado muito e hoje existem chances muito mais positivas para os pacientes com tumores cerebrais. No entanto, ainda falta bastante avanço nos tumores mais malignos, como o glioglastoma.
Dr. Rogerio Clemente
Neurocirurgião
CRM 12841/ PR
Graduado pela Universidade Federal do Paraná.
Residência em Neurocirurgia no Instituto de Neurologia de Curitiba (INC).
Membro titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia.